sábado, 9 de julho de 2011

Conselhos Alheios

MULHERES QUE NÃO SE AMAM DEMAIS
Por Gisela Rao



Bem, escolhi o tema aí de cima porque tenho ouvido muito falar sobre "Mulheres que Amam Demais" nas revistas, na tv, nas novelas, etc. E porque me dói muito ver uma de nós sofrendo tanto por "amor" (ou por qualquer motivo que seja). Já fui uma mulher que amava demais. Sofri para diabo e todo mundo, até minha professora de inglês, dizia que eu tinha que me amar mais. Essa frase, na época, me parecia tão sem sentido quanto dizer para um alcoólatra que ele deveria tomar suco de cupuaçu no lugar de uísque.

Namorei homens que, simplesmente, me massacraram psicologicamente. Homens que me rejeitaram, que me trataram indiferentemente e que fizeram com que eu me sentisse pior do que um suco de tomate em lata. Há um provérbio árabe que diz: "A culpa é do morto e não do assassino". E, concordo que, se eu passei por tudo isso, a culpa foi minha por ter deixado. Quem me tirou dessa? Anos de terapia, claro, que me fizeram desistir de querer arranjar um clone do meu pai. Bem, meu pai até que tenta se esforçar, mas é um desses caras frios, que não fazem a menor questão de um carinho ou coisa parecida. Ok, vamos chamá-lo de rejeitador... Demorou muitos anos pra que eu conseguisse me desvencilhar desse "modelo" masculino e pudesse ter um cara legal ao meu lado (ok, ninguém é perfeito: ele vive comprando tabletões de chocolate Nestlé no auge do meu regime de pontos).

A terapia também fez com que eu me gostasse mais, o suficiente para mandar, hoje em dia, pros quintos do inferno uma pessoa que não me trate com o devido valor.
Não é fácil mesmo amar, porque, geralmente, ninguém nos ensina lá muito bem essa arte. Estamos sempre confundindo amor com paixão e vivemos nos descabelando e nos sacrificando demais em nome do "amor". Mulheres são mais suscetíveis a essa entrega exagerada. Uma vez, assisti uma cena no filme "Blade, o vampiro" onde a mocinha dava, literalmente, seu pescoço para o namorado (vampiro!) ficar mais forte. É claro que ele não ficou com ela no final do filme.
Sempre falo para minhas amigas que amam demais: "Arrumem outra paixão! Um hobbie, uma dança, uma coleção de borboletas... Coisas que farão com que vocês vejam que a vida não é só relacionamento".

Gostaria de aproveitar essa coluna para transcrever um trecho de um texto que recebi pela internet mas, que, infelizmente não sei de quem é: "A maior diferença entre a paixão e o amor é que a paixão escraviza e o amor liberta, o que parece contraditório, pois geralmente nos apaixonamos quando estamos livres e começamos a amar depois de comprometidos. A paixão escraviza porque te torna refém do telefone, do correio e demais sinais sonoros e visuais de reciprocidade. O amor liberta porque tem certeza do sentimento do outro, e se não tem, ao menos tem certeza do próprio sentimento, e isso faz com que a gente gaste o nosso precioso tempo pensando em outras coisas igualmente importantes, como trabalho, viagens, leituras e amigos. A paixão escraviza porque te faz planejar cada frase dita e cada decote escolhido.
O amor liberta porque é raro, exige intimidades maiores do que ficar juntos apenas numa festa, exige cumplicidade e dedicação, e como nem todos estão a fim deste esforço, passam batidos por aquele ou aquela que poderia ser o amor eterno deles, mas que é todo seu.


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