sexta-feira, 2 de novembro de 2012

E quando o amor acaba, o que sobra?

Nunca acreditei nessa onda de amor eterno. Muito embora, eu saiba que ele exista. Afinal, existe algo a que chamamos de "amor materno" (e a tira-colo, o chamado "amor paterno"). Mas, e entre aqueles que se encontram pela casualidade do destino? Pelos que peregrinam em busca da sua cara metade, sua alma gêmea, da tampa da sua panela? Ora, a estes resta o famigerado "que seja eterno enquanto dure".
Isso quer dizer que relacionamentos amorosos têm prazo de validade. Você pode até tentar protelar, mas deve assumir o risco de uma intoxicação grave a partir de então. O que antes era delícia vira veneno mortal. Daqueles que não deixa restar nada. Apenas um cemitério de desilusões, onde jazem na eternidade diversos amores que um dia se afirmaram infinitos.
 
O amor, esse amigo da onça, sempre nos deixa na mão. Nos abandona, à própria sorte sem dizer data nem hora. Ele que  chega chegando, se dizendo o maior de todos. O insuperável. 
Ora, grande ele pode até ser, mas não é dois. Ele une, mas não unifica. Ele é bom, mas não é eterno.
 
E quando ele se vai, o que sobra?
Na maioria das vezes, nada. Apenas um vazio que precisa novamente ser preenchido com generosas porções de uma nova safra de Amorus Levitantis. Sim, um amor novinho em folha que nos faça novamente levitar, suspirar, causar arritimia, sorrir à toa, cometer loucuras... e que obviamente... seja ETERNO.


terça-feira, 23 de outubro de 2012

Faxina Geral

Sou uma pessoa que gosta de ouvir. Talvez não porque exatamente goste, mas talvez por ânsia de tentar entender a isto que denominamos "espírito humano". Bobagem, eu sei. Ninguém compreendeu até hoje e pelo andar da carruagem, nunca ninguém entenderá em sua plenitude.
Em minhas andanças pelo mundo (sim, pelo meu mundo) sigo como Heródoto em suas peregrinações pelo Oriente: ouvindo histórias e mais histórias. Estas anoto em um fino papiro chamado memória. E tem uma história que é sempre recorrente em tantos desabafos: a de como é difícil lidar com pessoas.
E nestas horas me vem uma estúpida interrogação: é possível neste mundo não lidar com pessoas?
 
Tudo bem, eu sei que muitos filmes de ficção científica já profetizaram que o futuro será dominado por máquinas. Mas até lá meu bem, são pessoas que temos que lidar, paciência!
Pessoas também dão bugs, vêm com chips defeituosos e nenhum selo de garantia. Ahhh, bom seria se pudéssemos nos reprogramar (coisa que nem no Inteligência Artificial era possível). Se não presta, não serve mais, descarte!
 
Admito que as pessoas possam ser importantes à sua maneira. Aquela vizinha fofoqueira pode ser a prova de que você é uma pessoa melhor; ou aquele seu amigo caloteiro serve como inspiração para você sempre honrar seus compromissos; e por ai vai...
 
Porém, bom seria se realmente começássemos um movimento de "descarte". Sim, descartar o que não nos serve, numa espécie de sessão do desapego. E claro, o que você achar que ainda serve, pode ser reaproveitado, customizado, ganhando assim uma nova cara, renovando os ares.
 
Claro que estou a falar de roupas que já não servem, sapatos gastos e outros tantos cacarecos que acumulamos por uma vida dentre os quais coisas que já tiveram sua vida útil entre outras tão inúteis que guardamos pelo simples apego. É preciso separar o que serve do que não mais serve. Esvaziar os espaços e sacudir o pó. Renovar é a palavra.
 
E porque não fazermos essa faxina geral com as pessoas? Sim, separar aquelas de maior valor  daquelas que são apenas entulhos. Sabemos, obviamente, que uma boa faxina dá um senhor trabalho, exigindo muita disposição. A bagunça será grande, pois é preciso pôr tudo abaixo e limpar peça por peça. Certamente você encontrará "coisas" perdidas que você nem lembrava mais que tinha. Coisas de tanto valor perdidas por entre tantas e tantas tralhas.
É possível que após toda essa limpeza sobre pouca "coisa" e até lhe dê uma dó de descartar coisas pelas quais você tinha o maior apego. Mas ao final de toda esta empreitada, o ambiente ficará limpo, perfumado, com tudo no seu devido lugar. Prontinho para uma nova etapa de uso e quem sabe, para receber novas peças.
 

sábado, 17 de março de 2012

Por que aceitamos um amor "MEIA BOCA"?*

* Por  Gisela Rao.

"Lembre-se: o relacionamento deve proporcionar prazer e bem-estar, além de alguém com quem dividir afeto, ideias, sonhos, momentos, lugares.
No livro “Mulheres que Correm com os Lobos”, Clarissa Pinkola Estes descreve, no conto “Barba-azul”, a sedução lançada pelo personagem para arrumar uma nova esposa.
Das três irmãs cortejadas, apenas a mais nova cai nas graças do misterioso moço. Porém, as mais maduras avisam: “Ele tem a barba azul!”; e a caçula responde: “Ah, não é tão azul assim...”. Ela se casa com o tal homem e começa todo o seu tormento.
Sim, ela deixou de lado a sua intuição para se embrenhar num relacionamento “meia-boca”. Infelizmente, não é só na ficção que isso acontece.
Todos nós - homens ou mulheres - já vivemos (ou continuamos vivendo) uma relação “gato por lebre”. Mas, por quê?
Segundo a psicóloga Neiva Bohnenberger, as pessoas aceitam essa condição pelo tempo em que acreditam que podem mudá-la e chegar a um amor “boca-cheia”.
“Muitas vezes, demoramos muito para aceitar que não se pode mudar alguém.
É difícil desistir, pois acreditamos, de verdade, honestamente, com toda convicção, que ninguém é capaz de se dedicar tanto quanto nós.
Em outras vezes, aceitamos esse tipo de relacionamento porque falta essa confiança de que somos muito especiais.
Nos achamos pouco merecedores. Neste caso, nos sentimos muito aquém de quem somos”, completa Bohnenberger.
O medo de ficar só também prejudica.
E o pavor da solidão? Sim, isso também conta - e muito.
“Mesmo com mais liberdade e muitas mudanças, nós somos frutos de uma sociedade que valoriza muito ter um companheiro, formar uma família.
Ou seja: para ser feliz é preciso ter alguém. Portanto, se a felicidade é encontrada na união, nos frutos da união, estar sozinho torna-se uma situação negativa.
Quantas vezes ouvimos alguém dizer que fulano deve ter algum problema porque vive só, não quis casar, não optou por esse padrão?
Para as mulheres a pressão é ainda maior”, afirma a psicóloga Silvia Pedrosa.
Para ela, essa cobrança social é uma das maiores influências para uma pessoa querer um parceiro, afinal é melhor ter alguém mais ou menos do que se sentir sozinho, deslocado.
. “O importante é lembrar que um relacionamento, mesmo com todas as dificuldades, deve proporcionar prazer, bem-estar, alguém com quem dividir afeto físico, ideias, sonhos, momentos, lugares e muito mais”conclui a Pedrosa.
Você está num relacionamento “meia-boca”?
Para a psicóloga Samira Moura, o principal sinal para identificar essa situação é quando o relacionamento não motiva mais, entra naquele estado de acomodação em que as pessoas reclamam, mas não fazem nada para mudar.
“No caso de querer buscar uma saída, essa busca deve ser dos dois.
Não adianta só um dos lados travar uma luta épica e o outro ficar jogado no sofá”, avisa.
Veja alguns pontos que podem ajudar a identificar um relacionamento "meia-boca":

1.  Falta de comunicação - Quando o casal não conversa mais e cada um não expressa o que sente, o que pensa ou quer.

2. Falta de planos em longo prazo - Um bom termômetro é quando o casal não faz mais planos em comum para o futuro.

3. Desânimo - Quando existe resistência e desânimo para aperfeiçoar a relação.
É fundamental que se perceba que existem opções, por isso fique longe do papel de vítima.

4. Valores - Quando se esquecem os valores que os unem, por exemplo: lealdade, fidelidade, sensibilidade, generosidade, responsabilidade, confiança, consideração etc.
Ausência de flexibilidade - Quando a tolerância acaba juntamente com a receptividade.

5. Falta a flexibilidade para entender e ser complacente com o outro.
Você se sente nitidamente infeliz – E o seu romance está a léguas de distância de ser o que você buscava na vida.

Como sair fora dessa “roubada” afetiva.
Desenvolva seu senso crítico - Não existe uma Gillian McKeith (do programa "Você é o Que Você Come") do amor, com um programa chamado "Você é Quem Você Namora". Ela não chegará à sua casa e dirá: "Me deixa ver com quem você está se relacionando. Afe, que horror! Joga isso fora agora!".

- Pare de brigar com seus amigos – Quando eles tentarem te avisar da sua péssima escolha no amor e falarem para você sair dessa.
- Use o espelho – Para dizer todos os dias: “Sai da minha vida, tranqueira, que este corpo não te pertence!”
- Comece a desmitificar seu amor – Às vezes, a gente não consegue sair das roubadas porque, por carência, coloca a pessoa num pedestal alto demais e acredita que ela seja o máximo.
- Arrume apelidos ridículos para o seu amor, tipo: “Monstro Ness do Rio Tietê” ou “Kinder Ovo com Surpresa Ruim”.
- Pare com o complexo de “Titanic” – Ser humano não encalha, quem encalha é navio e baleia.

- Pare com isso e curta os momentos de entressafra com os amigos e com você mesmo."


E só para contribuir, aconselho o seguinte: troque um amor "meia-boca" por um relacionamento sério: aquele que você pode travar com você mesma (o)!!
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