Mel sempre fora alguém muito adepta da filosofia do laissez faire, laissez passer. Nunca fora de muito esforço, de muitas preocupações. Era uma pessoa também muito ligada às tradições familiares. Por isso no final de ano era sempre a mesma coisa: ir à missa, troca de presentes, simpatias que iam do pular três ondas até o comer três uvas e guardar as três sementes na carteira como forma de garantir a prosperidade no ano que dava seus primeiros raios.
Porém, mal o ano estabelecia suas raízes tudo voltara a mais fatigante normalidade: a rotina do trabalho, as mesmas pessoas importunas de sempre, as mesmas reclamações, etc, etc, etc...E quando se via: lá se ia mais um ano, arrastando-se, e novamente, seguindo o mesmo ritual, o depósito de esperanças no ano posterior.
No entanto, no findar de mais um ano, Mel fora levada a fazer o seu tradicional balanço do ano que se despedia. O que tinha sido proveitoso e o que faltara melhorar. Porém, desta vez algo lhe fez atentar, refletir sobre os rumos que a sua vida tinha levado no decorrer daqueles anos. Embasbacada pensou:
- Puta que pariu, o que fiz da minha vida ao longo destes anos? E a resposta veio instantaneamente:
-Porra nenhuma. Deixei a vida passar como alguém que aprecia a paisagem da janela de um trem ao fazer uma longa viagem. Como uma mera espectadora, sempre passiva diante de tudo.
Naquele instante, o mundo veio à sua cabeça. Recordações da infância, dos bons momentos da juventude e de todos os bons momentos que passara ao lado da familia e dos amigos. Dos marcos de sua vida como o dia em que passou no vestibular, da emoção de pegar seu diploma no dia da formatura, entre tantas e tantas outras lembranças.
Mel estava batendo à porta dos 30 e ainda nem tinha um teto todo seu. Tinha um emprego medíocre na empresa do pai, o que lhe possibilitava gastar com suas miudezas sem maiores apertos. Possuía o mesmo grupo de amigos da época da faculdade e com estes era que desfrutava os seus momentos de lazer.
O sentimento de frustração lhe abatera naquele momento. Havia concluído, mal e porcamente, uma graduação em Administração de Empresas. E só. Quando adolescente, uma de suas maiores pretensões era chegar aos 30 como uma mulher bem sucedida profissionalmente.
Bastava. Estava disposta a mudar e resolvera fazer do novo ano um ano diferente, porque ela o faria diferente. Retomou seu curso de inglês, abandonado desde a adolescência; Buscou nos sites das mais variadas instituições os programas de pós-graduação, inclusive no exterior.
Passara o ano inteiro estudando. Reduziu as baladas. Diminuiu sua carga horária no trabalho e foi em frente. Ali estava plantando as sementes daquilo que esperara colher os frutos nos anos posteriores.
No final do ano, ingressou em um MBA em uma universidade no exterior. Passou dois anos fora. Voltou renovada, cheia de expectativas, de novas idéias.
Mel sabia que não iria parar por aí, que não era o fim. Era apenas a base para novos desafios. Mel certamente aprendera que a vida por si só não tem sentido. Somos nós que a colorimos com as vibrantes ou opacas cores que são as nossas escolhas e ações.
Porém, mal o ano estabelecia suas raízes tudo voltara a mais fatigante normalidade: a rotina do trabalho, as mesmas pessoas importunas de sempre, as mesmas reclamações, etc, etc, etc...E quando se via: lá se ia mais um ano, arrastando-se, e novamente, seguindo o mesmo ritual, o depósito de esperanças no ano posterior.
No entanto, no findar de mais um ano, Mel fora levada a fazer o seu tradicional balanço do ano que se despedia. O que tinha sido proveitoso e o que faltara melhorar. Porém, desta vez algo lhe fez atentar, refletir sobre os rumos que a sua vida tinha levado no decorrer daqueles anos. Embasbacada pensou:
- Puta que pariu, o que fiz da minha vida ao longo destes anos? E a resposta veio instantaneamente:
-Porra nenhuma. Deixei a vida passar como alguém que aprecia a paisagem da janela de um trem ao fazer uma longa viagem. Como uma mera espectadora, sempre passiva diante de tudo.
Naquele instante, o mundo veio à sua cabeça. Recordações da infância, dos bons momentos da juventude e de todos os bons momentos que passara ao lado da familia e dos amigos. Dos marcos de sua vida como o dia em que passou no vestibular, da emoção de pegar seu diploma no dia da formatura, entre tantas e tantas outras lembranças.
Mel estava batendo à porta dos 30 e ainda nem tinha um teto todo seu. Tinha um emprego medíocre na empresa do pai, o que lhe possibilitava gastar com suas miudezas sem maiores apertos. Possuía o mesmo grupo de amigos da época da faculdade e com estes era que desfrutava os seus momentos de lazer.
O sentimento de frustração lhe abatera naquele momento. Havia concluído, mal e porcamente, uma graduação em Administração de Empresas. E só. Quando adolescente, uma de suas maiores pretensões era chegar aos 30 como uma mulher bem sucedida profissionalmente.
Bastava. Estava disposta a mudar e resolvera fazer do novo ano um ano diferente, porque ela o faria diferente. Retomou seu curso de inglês, abandonado desde a adolescência; Buscou nos sites das mais variadas instituições os programas de pós-graduação, inclusive no exterior.
Passara o ano inteiro estudando. Reduziu as baladas. Diminuiu sua carga horária no trabalho e foi em frente. Ali estava plantando as sementes daquilo que esperara colher os frutos nos anos posteriores.
No final do ano, ingressou em um MBA em uma universidade no exterior. Passou dois anos fora. Voltou renovada, cheia de expectativas, de novas idéias.
Mel sabia que não iria parar por aí, que não era o fim. Era apenas a base para novos desafios. Mel certamente aprendera que a vida por si só não tem sentido. Somos nós que a colorimos com as vibrantes ou opacas cores que são as nossas escolhas e ações.